*** RPG *****

Nicholas Mitchell — 18 anos
Havia se passado um tempo e hoje era o dia da viagem. Nick odiava esse tipo de coisa, mas tinha que ir caso quisesse algo com o professor. Era estranho o quanto estava insistindo nesse cara.
Já tinha colocado suas três malas dentro do ônibus - Exagero? Não para Nicholas - e agora estava sentado do lado de sua amiga, que não parava de cantar Watch Me um minuto — Eu juro que se você cantar essa porra de música mais uma vez, eu vou enfiar aquele extintor na sua bunda — Ameaçou, virando seu rosto ao ouvir a voz do seu querido professor. Era impressionante como ele ficava ainda mais lindo sem aquele terno. Imagina sem roupa então rs.
Quando o homem terminou de falar e o menino percebeu que ele estava sentado num banco sozinho, não perdeu tempo. Se levantou rapidamente e avisou sua amiga de que estava indo pra outro lugar. — Você está livre de mim por um tempo, vadia. Com licença — Mandou um beijo pra ela e foi correndo até o banco do professor, vendo que já tinha uma menina que estava quase se sentando do lado dele. Meu homem não.
Sem se importar se a machucaria ou não, ele empurrou a garota de lado e se sentou no banco, roubando seu lugar. — Sai, vagabunda — Sorriu falso pra ela e se virou pro maior — Oi, amorzinho, que saudade. Dá pra acreditar que uma princesa como eu vai ter que viajar nesse ônibus com esse povão? — Resmungou — Vim fazer companhia à você!

Já estava com as pernas esticadas no banco supostamente livre, aproveitando por não ter nenhuma peste ao seu lado. Tinha planos para dormir durante a viagem inteira e só acordar quando tiverem que sair do ônibus, até havia organizado sua playlist para isso, tinha tudo sobre controle...
Até que viu uma garota vindo sentar ao seu lado e, em seguida, Nick empurrando a mesma. Retirou rapidamente as pernas do banco antes que o rapaz sentasse em cima delas e o encarou. – Olá, Nicholas. – sorriu falso – É uma pena mesmo. – suspirou – E dá para acreditar que eu estava pronto para dormir durante as três horas de viagem e você acabou de atrapalhar meus planos? – sim, estava sendo irônico. Henry tem consciência de que terá que ouvir as besteiras de Nick durante todo o caminho, e nem os olhos vai conseguir fechar. Que ótimo.

Nicholas Mitchell — 18 anos
— Pois é — Balançou a cabeça, concordando sobre ser uma pena aquilo. Esticou suas pernas no banco da frente e acabou chutando a cabeça da garota que estava sentada lá. — Ops, foi mal, fofa. — Se desculpou, virando a cabeça ao ouvir o que o homem disse sobre Nick ter atrapalhado seus planos de dormir no ônibus — Oh, eu sinto muito, amoreco. Se quiser dormir fique à vontade, eu vou ficar aqui quietinho ouvindo minhas músicas. — Parecia que ele estava sendo prestativo, mas só queria que o professor ficasse bastante disposto para a noite.
Pegou seus fones de ouvido e os colocou, mas provavelmente o outro não conseguiria dormir tão fácil, visto que Nick não parava de cantar e dançar no banco. — WHEN YOU'RE GIVING ME SUCH SWEET NOTHING — Ele usava o celular como microfone e mexia os braços dançando enquanto cantava — SWEET NOTHING, SWEET NOTHING, YOU'RE GIVING ME SUCH SWEET NOOOOOOOOTHING

Robert já estava no ônibus, ao lado de Harry, e com seu kit de sobrevivência na mochila (ele trouxe comida que seria suficiente para duas semanas, para uma pessoa normal). Nunca foi tão feliz como está sendo com o loiro, e esta seria a primeira viagem escolar que ele estava animado para ir; agora que tem companhia. – Eu tenho comida, quer? – ofereceu a Harry enquanto abria a mochila e pegava um pacote de doritos. - Ainda acho que deveria ter trazido mais... – suspirou. Aquele seria um longo passeio, não podia passar fome. – Mas, enfim, eu tenho você, que é melhor do que comida. – sorriu para Harry, sem nem perceber que a frase que acabou de dizer tinha um duplo sentido.

Harry Atwood — 18 anos
Harry e Robert já estavam no ônibus, esperando que a longa viagem começasse. O loiro nunca foi muito fã de viagens, mas conseguiria passar por essa por causa de Rob. Só nesses últimos dias que estava com o garoto, já havia sido mais feliz do que em todos seus 18 anos de vida.
Ouviu a pergunta do garoto, que lhe oferecia comida e negou. Havia comido há pouco tempo, não estava com fome. — Não, obrigado — Respondeu, arqueando as sobrancelhas ao ouvir Robert dizer que deveria ter trazido mais. — Você trouxe praticamente uma cantina inteira dentro da mochila, ainda queria mais? — Riu — O que você não tem de altura, tem de fome — Completou. Em seguida, Rob acabou soltando uma frase que fez a mente poluída de Harry automaticamente pensar besteira, por mais que parecesse que o outro não tinha a intenção de falar no duplo sentido. — Sou, é? — Perguntou, sorrindo maliciosamente.

Havia acabado de entrar no ônibus – sendo o último a entrar – e estava procurando por um assento vazio, na intenção de passar a viagem com fone de ouvido e olhando pela janela sem ninguém para atrapalhar. Uma pena que não estava achando nenhum.
Foi quando passou por Travis e viu que o banco ao lado dele estava vazio, do outro lado do corredor estava Jamie, que também estava sozinha. Se fosse para escolher entre um deles, com certeza não seria a louca de cabelo colorido que gosta de ver dois caras se pegando.
Sentou-se então ao lado do pequeno e permaneceu calado. O clima estava meio estranho, eles já não se odiavam mais, porém não eram exatamente amigos, só se falavam de vez em quando e apenas por dormirem no mesmo quarto.

David LaGuerta – 18 anos

Já haviam alguns dias que David começou a namorar com Charles, e estava bastante feliz com isso, apesar de não poder contar à sua família. Basicamente, todos sabiam sobre os dois, menos os pais do garoto. Não era mais um segredo na escola que David gosta de garotos.
Estava sentado no assento do ônibus ao lado de Charles, esperando chegarem no destino. Odiava viagens de ônibus muito longas, por isso já veio todo preparado com playlist nova e comida, caso precise.
– Eu vou dormir, me acorde quando chegar no hotel. – avisou, colocando os fones de ouvido e deitando a cabeça no ombro do maior.

Travis McConnell — 19 anos
Travis não queria muito ter ido na viagem porque acabaria sozinho como todas as outras vezes, tanto no ônibus quanto nas visitas, mas teve que ir mesmo assim. Poderia ter chamado Pietro para fazer companhia à ele, mas os dois ainda não tinham uma relação muito boa. Trocavam no máximo um "bom dia" um para o outro, afinal eram colegas de quarto.
Estava encolhido num banco sozinho, ouvindo Pet Cemetary da banda Ramones quando a pessoa que ele menos esperasse apareceu. Pietro, totalmente calado, se sentou do lado dele. Estava um clima estranho, tinha que admitir. Além disso, Travis se sentia um pouco desconfortável perto do moreno, afinal, ainda não se sentia bem pelas coisas que havia feito contra o mesmo. — Er... Oi — Cumprimentou, tímido, querendo quebrar o silêncio.

Charles Lestrange — 20 anos
Alguns dias se passaram e, depois de dois anos de dor e sofrimento, David e Charles finalmente estavam oficialmente juntos. Estavam tão bem juntos que nem parecia que há tempos atrás David o desprezava.
No momento, os dois se encontravam no ônibus. Charles sabia que ia sofrer muito sem suas bebidas nessa viagem, mas precisava participar dela. Provavelmente dariam alguma atividade depois e ele precisava de nota se não quisesse ficar mais um ano no terceiro colegial. Além disso, ele poderia arrumar algo pra beber depois. — Se eu não estiver dormindo também, posso te acordar — Disse, se ajeitando no banco e passando uma de suas mãos na cintura de David, o abraçando de lado. Provavelmente daqui cinco minutos já estaria no vigésimo sono, mas tudo bem.

Henry perguntava-se como Nick conseguia ser tão... Nick. Ele tinha muita energia, tanto que transbordava, não sabia como isso era possível. – Certo, ouça suas músicas. – e quando foi colocar o fone de ouvido, ouviu os berros do garoto. – Menos, menos. – murmurou e suspirou enquanto aumentava seu fone no máximo, colocando Imagine para tocar. Fechou os olhos e tentou ignorar a voz do outro para poder relaxar. Ao mesmo tempo, criava planos em sua cabeça para conquistar o rapaz. Sim, Nicholas deixava na cara que queria transar com ele, mas apenas isso, transar. Tinha que fazê-lo se apaixonar ao ponto de confiar nele para assim prosseguir com o plano dele e de Mozzie. Não sabia como faria isso, mas tentaria.

Inflou as bochechas quando ele comentou sobre a sua altura – Eu sou alto, altíssimo! Você que é uma girafa. – mostrou a língua, rindo fraco. – Mas eu tenho que comer, estou em fase de cresc-... – pensou melhor – Quer dizer... Eu já sou bem alto, mas tenho que comer, porque... Porque sim. – deu de ombro, comendo seu doritos.
Ficou confuso com o sorriso malicioso do Harry e então pôs-se a raciocinar. Depois de alguns segundos percebeu o que havia dito e corou bastante. – N-Não desse jeito! – corrigiu envergonhado. – Eu quis dizer que amo você mais do que amo comida. – desviou o olhar, colocando uma mão cheia de doritos na boca pelo nervosismo. – Max eu ainfa amo comifa – falou errado por estar com a boca cheia.

Nicholas Mitchell — 18 anos
Nick permanecia performando quando seu professor lhe disse algo que ele não conseguiu entender devido ao volume da sua música. Tirou um dos fones e olhou pra ele — QUE? FALOU COMIGO? — Berrou, mas logo voltou a pôr seus fones e cantar e dançar, dessa vez a música era We Can't Stop da Miley Cyrus.
Estava no meio da música quando seu celular parou de tocar música. Tentou acender a tela e percebeu que havia acabado a bateria. — AAAAAAAAAA DROGA! — Resmungou. Agora o jeito era atormentar o Nicholas do seu lado, que parecia estar muito concentrado ouvindo música. Disfarçadamente puxou o fone do homem, o retirando — Então amoreco, me conta, pensou na proposta que te fiz esses dias? — Perguntou, com um sorriso no rosto.

Harry Atwood — 18 anos
Ele riu — Você? Alto? Há-há-há — Brincou. Adorava fazer piadas com a altura dos outros, já que todos eram pequenos perto dele. Esse era o lado bom de ter 1,93 de altura. — Eu não sou uma girafa, só cresci demais — Justificou, cruzando os braços. Teve de rir novamente quando o garoto tentou justificar o motivo pelo qual comia tanto — Ok então.
Acho engraçado quando Robert tentou se explicar sobre ter falado aquela frase de duplo sentido — Não adianta se explicar, falou tá falado — Continuava sorrindo daquela maneira. — Ah, que bonitinho, fiquei até emocionado com essa declaração — Fingiu estar emocionado, e em seguida deu um beijo na bochecha de Rob — Mas eu também amo você.

Nem mesmo ele estava aguentando aquele clima constrangedor, queria acabar com isso de algum jeito, mas não poderia simplesmente mudar de lugar, até porque o único disponível era o que havia ao lado da Jamie, e nem ferrando ele queria sentar perto daquela garota.
Ouviu o rapaz e se surpreendeu um pouco, não imaginando que seria ele a quebrar o silêncio. - ... Oi. – respondeu rápido, mas não de forma grossa. Não conseguia falar com Travis sem lembrar das cenas dos dois se beijando na enfermaria e depois dormindo abraçados.

Travis McConnell — 19 anos
A resposta de Pietro foi apenas um "oi" rápido e logo o silêncio voltou a reinar entre os dois. Estava se sentindo mal com aquilo, pior do que ficar sozinho era ficar em silêncio com uma pessoa que há um tempo atrás dormiu junto com você, abraçado. Ele corava só de se lembrar daquele dia, estava tão frágil. — ... Então... T-Tudo bem? — Perguntou, querendo criar um assunto. — Acho que vai ser meio chato ficar três horas nesse ônibus...— Ainda mais com uma pessoa que você nem consegue olhar na cara direito.

Novamente, o silêncio. Sentia que a garota estranha de cabelo colorido encarava os dois, mas ignorou isso. – Sim, e você? – devolveu a pergunta, sem conseguir fazer contato visual. Ouviu a tentativa de puxar assunto do moreno e ficou surpreso por ele ainda tentar se nem mesmo Pietro estava conseguindo manter uma conversa ali. – Pois é... – não conseguiu falar muita coisa, então decidiu ser direto. – Isso é estranho... – ok, talvez não tão direto assim.

Travis McConnell — 19 anos
— Vou indo. — Respondeu, com um pouco de tristeza na voz. Se dissesse que estava tudo bem estaria mentindo, e não queria falar que estava tudo péssimo pois Pietro pensaria que ele está se fazendo de coitado.
Soltou um suspiro com a resposta do garoto, não aguentava mais aquilo. Se fosse para ficar os dois naquela maneira, trocando poucas palavras, seria melhor ter ficado sozinho. Concordou com Pietro quando ele disse que aquilo era estranho. — Isso é muito estranho... — Hesitou um pouco antes de continuar, mas acabou não aguentando. — Eu não gosto disso. Eu não gosto de ver que você parece meio... Incomodado comigo. — Desviou o olhar. Sim, ele estava se culpando por Pietro estar daquele jeito — Se quiser eu posso mudar de banco. Deve haver algum disponível..

Não se convenceu com a resposta do pequeno, a voz dele estava triste demais para acreditar, porém não tinha ideia do que fazer sobre isso. Ouviu-o concordar e depois comentar algo que fez Pietro erguer uma sobrancelha. Do que ele está falando? – Eu não estou incomodado com você. Se estivesse, nem teria sentado aqui. – suspirou – Fique aqui, não tem nenhum problema. – insistiu – Apenas tente entender que eu não estou com raiva de você pelo o que aconteceu. – abaixou a cabeça, olhando para o chão.

Travis McConnell — 19 anos
— M-Mas... Você parece tão... Quieto — Disse baixo, evitando fazer contato visual com o moreno. Já estava pronto para sair de lá quando Pietro pediu para que ele ficasse, surpreendendo o pequeno, que mordeu o lábio inferior pensando se devia ficar ou não, mas por fim permaneceu no lugar. — Certo... — Suspirou. O maior então lhe disse que não era para que pensasse que estava com raiva do acontecido anteriormente. — Ainda não entendo como você pode não ter raiva, depois de tudo que houve — Disse baixo, encostando sua cabeça no banco. Como ele queria estar no seu quarto agora.

– E você não? – desta vez olhou nos olhos do pequeno. Suspirou quando ele continuou sentado mas mesmo assim insistiu na questão da raiva. Não, Pietro não estava com raiva, não tinha como ter raiva de Travis desse jeito, com ele parecendo tão... Fraco, emocionalmente. - ... Eu apenas não tenho raiva. – disse. Não iria falar para ele que tinha vontade de abraça-lo e dizer que está tudo bem, até porque seria estranho, então tudo o que podia fazer era mudar de assunto. – Então, qual o número do quarto que você vai ficar no hotel? – perguntou. A diretora havia dito quais pessoas ficariam em cada quarto antes de entrarem no ônibus, algumas ficaram em trio, outras em quarteto e outras em dupla. Pietro pegou o quarto 204 e não faz a mínima ideia de quem divide quarto com ele.

Travis McConnell — 19 anos
Ficou pensando durante alguns segundos antes de responder — Sim, mas... — Parou de falar quando viu que não sabia como terminar a frase. Fique quieto, Travis. É melhor.. Não continuou também a conversa sobre ele ter ou não ter raiva do pequeno, apesar de sua cabeça insistir que ele ainda guardava um pouco de mágoa pelo que Travis fez.
Ouviu a pergunta do rapaz e olhou para sua mão, onde havia anotado o número do quarto . — 204, e você? — Perguntou, virando o rosto para olhá-lo. Era uma boa maneira de mudar um pouco de assunto.

Arregalou os olhos quando Travis disse que estava no quarto 204. É muita coincidência, pensou. Até chegou a rir fraco, era engraçado como os dois sempre acabavam no mesmo lugar, parecia coisa do destino. – 204 também. – respondeu – Que coincidência, não? – conteve um sorriso enquanto olhava para o menor. Ao menos estaria no quarto com alguém que ele suporta e, tecnicamente, conhece. – Eu fico com a caba ao lado da janela. – já foi se adiantando.

Travis McConnell — 19 anos
Arqueou as sobrancelhas e sorriu surpreso ao ouvir o número do quarto do rapaz. — Nossa, desgruda de mim um pouco. — Brincou, rindo. Estava feliz com aquilo, pelo menos não teria que dormir no mesmo quarto que um cara chato que nem conhecia. — Muita coincidência — Concordou com ele, escutando Pietro dizer que ficaria com a cama do lado da janela. — Sem graça, eu queria ela — Fingiu estar emburrado — Mas tudo bem, dessa vez eu deixo porque pediu primeiro.

Depois de quase quatro horas dormindo no ônibus, pôde-se ouvir uma voz anunciar no microfone que já haviam chegado e que era para todos descerem calmamente e pegarem suas malas na bagagem do ônibus, sem esquecer nada dentro.
David desencostou do ombro de Charles – que ainda estava dormindo – e bocejou, em seguida dando um tapinha nele. – Acorda, chegamos. – avisou enquanto se levantava. Por estar no assento ao lado da janela, teve que praticamente se esfregar no maior para poder passar, mas nem ligou, já que fazia isso com frequência (rsss). Pegou sua mochila e esperou Charles para descer do ônibus, assim que localizou sua mala entrou direto no hotel, ficando maravilhado com a riqueza do mesmo. – Mentira que esse colégio fuleiro arranjou um lugar assim para os alunos... – estava de boca aberta com o lugar, já imaginando se teria banheira nos quartos.

Tentou responder Nick com respostas curtas durante a viagem inteira, até porque o garoto não parava de falar sobre sexo por um minuto, parecia um desesperado. Quase começou a acreditar em Deus quando chegaram no hotel, assim a diretora anunciou que já podiam todos saírem do ônibus. – Parece que chegamos. – sorriu, levantando-se e colocando o óculos na cabeça. Esperou Nicholas levantar-se também para poder passar, e então desceu do ônibus logo após ele. – Sobre sua pergunta, Nicholas, tenha em mente que eu sou professor, e você é meu aluno. – sorriu falso para ele, pegando sua mala e adentrando o hotel. Não, não estava impressionado, até porque na sua vida criminosa já havia visto coisas muito melhores.

Charles Lestrange — 20 anos
Estava praticamente morto no banco quando sentiu um tapinha em seu braço. Abriu os olhos, ainda morrendo de sono e ouviu David avisar que haviam chegado. — Ainda bem, não aguentava mais ficar sentado nesse banco — Resmungou, bocejando. Ao notar que David teve que praticamente se esfregar nele para poder passar, riu — Hehehehe — Decidiu deixar os comentários pra depois, agora estava mais preocupado em pegar sua mochila surrada e se levantar. Desceu então do ônibus e pegou sua mala, indo para o hotel com David. Realmente, era impressionante. — Uh, gostei — Sorriu. Aproveite bem, Charles, porque pra um perdedor como você, é uma vez na vida só que vai num lugar desses.

Nicholas Mitchell — 18 anos
Nick não parou de falar um minuto na viagem. Ficou tacando indiretas para o homem, mas ele parecia nem se importar. Bem, isso irritava um pouco o garoto, mas não podia desistir. — É, acho que sim — A diretora disse que todos poderiam sair, e foi isso que fez.— Ah, não seja tão chato! — Exclamou, descendo do ônibus. Foi pegar suas três malas com dificuldade, mas logo conseguiu voltar para perto do moreno. — Vai ser só uma vez, ninguém vai ficar sabendo — Dizia, seguindo Nicholas até o hotel. Sim, ele já estava implorando para que o cara transasse com ele. Nick, geralmente os caras imploram pra passar a noite com você, não o contrário.

Riu com o comentário dele – Aparentemente, não dá. – brincou também. – A cama ao lado da janela sempre vai ser minha. – riu fraco.

Demorou, mas finalmente chegaram no tão esperado hotel. A direção havia dito que o primeiro dia seria totalmente de lazer, eles poderiam ir para a piscina, ficar no quarto, ir para o salão de jogos, sair para o shopping, o que quiserem; desde que respeitem o toque de recolher, que seria por umas 23:00 da noite. Não que Pietro fosse respeitar isso, é claro, pretendia passar a tarde, a noite e a madrugada na piscina.
Levantou-se e pegou sua mala, entrando no hotel em seguida sem se preocupar em ver a aparência dele. Apenas queria achar seu quarto e se trocar para ir à piscina. – Quarto 204... – olhou para os lados, procurando alguma placa que indicasse onde estariam os quartos, até que achou uma com 204 – 215. – Você vem? – virou para Travis.

Travis McConnell — 19 anos
Travis riu também quando Pie disse que aparentemente não dava para os dois se desgrudarem. Era impressionante como o moreno havia feito Travis voltar a rir em tão pouco tempo. — Veremos — Cerrou os olhos, sorrindo.
Algumas horas depois eles enfim chegaram no tal hotel. A diretora avisou que o dia todo estava livre para fazerem o que quisessem, mas provavelmente o pequeno ficaria no quarto lendo alguma HQ que trouxe consigo. Desceu do ônibus para pegar sua mala e assim que a pegou, entrou no hotel. Era realmente legal aquele lugar. Procurava algum lugar que mostrasse onde ficavam os quartos quando Pie virou para ele, perguntando se iria. O garoto assentiu e os dois seguiram então para o quarto. Não foi difícil encontrá-lo.
A primeira coisa que Travis fez ao entrar no dormitório foi se tacar na cama do lado da porta, visto que a da janela era a de Pietro. — O que você vai fazer agora? — Perguntou, olhando para o seu colega.

Foi junto com Travis para o quarto e riu quando ele se jogou na cama. Colocou sua mala ao lado da cama perto da janela e virou-se de costas para Travis, começando a tirar a jaqueta. – Vou para a piscina. – respondeu, jogando a jaqueta na cama e começando a tirar a blusa.

Travis McConnell — 19 anos
Escutou Pietro dizer que iria para a piscina e virou seu rosto para olhá-lo — Ah, si... — Porém, o garoto não terminou a frase ao ver as costas de Pietro. O pequeno sorriso que tinha em seu rosto se desfez ao ver a quantidade de cicatrizes que haviam naquela parte do garoto. Sem questionar se podia ver ou não, se levantou calmamente e foi até ele. Ao chegar perto e tocar uma das marcas, sentiu um aperto no coração. Ver aquilo o deixou muito mal, Pietro provavelmente já tinha passado por algum trauma alguma vez e Travis ainda tinha feito ele apanhar naquele dia da festa. Ele engoliu seco, tentando não imaginar novamente o que o rapaz havia passado e, sem dizer nada, o abraçou o mais forte que podia. Não sabia porque tinha feito aquilo, mas sentiu que precisava abraçá-lo.